Aqui e Agora • 5 MIN DE LEITURA

Inteligência artificial e as instituições financeiras

Inteligência Artificial é assunto recorrente tanto em mídias quanto em conversas entre donos de negócios e executivos do mercado financeiro.

O uso de máquinas na tomada de decisões é um caminho sem volta, e certamente está mudando a dinâmica do mercado e do trabalho, seja em áreas operacionais ou estratégicas. Mas como todo assunto que desponta na área da tecnologia, certamente, não é tão novo assim para quem está nos bastidores, pois quando surge na comunicação é porque já vem sendo estudado há tempos. O que sabemos até o momento sobre este avanço da tecnologia que conecta a máquina ao ser humano, é que ela se retroalimenta de informações pré-existentes, e que seus desenvolvedores já estão em estágio bem avançado de produção e implementação.

A boa notícia, é que até o momento, seu uso isolado não substitui a avaliação humana em fatos relevantes, e que nestes casos, as avaliações devem ser feitas com base na observação dos aspectos gerais de uma tomada de decisão. Outro ponto que vem sendo discutido, é o fato de não existir ainda uma legislação que controle seu uso e o torne seguro para o futuro da humanidade, e este, é um tema sensível que envolve um acordo sério entre quem desenvolve máquinas de IA e quem as usa.

O historiador Yuval Harari levantou questões preocupantes sobre o uso sem controle de Inteligência Artificial, e propôs que os desenvolvedores segurem suas máquinas até que mais estudos sobre o futuro do trabalho que conecta os dois mundos (real e artificial), sejam estudados. Partindo para a prática, é sabido que as ferramentas de IA tem o potencial de mudar a forma como os serviços financeiros são prestados, mas como dito, ela não substitui completamente os gerente de relacionamento bancário e de investimentos pois estes são necessários para fornecer a experiência e a conexão pessoal que os clientes procuram.

Por outro lado, aqueles que integrarem a IA em sua prática como uma ferramenta complementar, serão capazes de fornecer soluções mais eficazes e personalizadas para seus clientes, permitindo que eles se destaquem em um mercado cada vez mais competitivo. No dia a dia de agentes autônomos e prestadores de serviços , a IA certamente pode melhorar a tomada de decisões, oferecendo insights e análises mais precisos e abrangentes. Os algoritmos podem analisar grandes quantidades de dados em tempo real e identificar padrões e tendências que seriam difíceis ou impossíveis de detectar manualmente. Esses robôs são capazes de analisar rapidamente grandes quantidades de informações e tomar decisões assertivas, reduzindo a necessidade de intervenção humana em tarefas rotineiras. Isso permite que consultores financeiros se concentrem em tarefas mais complexas, como estabelecer conexões pessoais com seus clientes e fornecer conselhos personalizados.

No entanto, apesar de ser uma ferramenta complementar em casos decisivos, a IA tem o potencial de substituir algumas das funções operacionais desempenhadas pelos consultores financeiros, e neste caso, abrem espaço para tornar o trabalho humano ainda mais eficaz, como automatizar a criação de relatórios e análises de investimentos, tornando- as ainda mais eficientes. Mas o que a IA ainda não consegue absorver, é nossa inteligência emocional, necessária para a compreensão das nuances do mercado financeiro. Para isso, ainda é preciso fazer uso das habilidades críticas dos consultores e pessoas com experiência para avaliar situações diferenciadas.

Outra consideração importante é a conexão pessoal que consultores estabelecem com seus clientes, os quais valorizam a confiança e o relacionamento recíproco, e esta troca, até o momento, é insubstituível, e nós do Financial Forecasting Journal, apesar de ter proximidade com a IA, a consideramos totalmente atemporal. Olhando para o futuro, é provável que a IA continue a desempenhar um papel cada vez mais importante no mercado financeiro.

À medida que a tecnologia avança, novas oportunidades surgirão para aproveitar o poder da IA de maneira ética e responsável, garantindo que ela seja uma aliada dos profissionais financeiros em vez de substituí- -los por completo. Portanto, embora haja temores e preocupações em relação ao avanço da inteligência artificial no setor financeiro, podemos encontrar paralelos com outras tecnologias do passado que inicialmente geraram medo, mas acabaram se mostrando benéficas e complementares. A chave está em compreender os limites e o potencial da IA, aproveitando seus benefícios enquanto preservamos o valor da expertise humana e a conexão pessoal no mercado financeiro.

Um exemplo inspirador de uma tecnologia que inicialmente gerou temores, mas que depois se organizou e trouxe benefícios tangíveis é a automação industrial. No passado, quando as máquinas começaram a substituir trabalhadores em certas tarefas, muitas pessoas ficaram apreensivas quanto ao seu impacto no emprego e na economia. No entanto, ao longo do tempo, ficou evidente que a automação industrial trouxe melhorias significativas em eficiência, produtividade e qualidade dos produtos. Surgiram novas oportunidades de emprego em áreas relacionadas à tecnologia e à manutenção das máquinas.

Hoje, a automação é amplamente aceita e utilizada em diversos setores industriais, impulsionando a competitividade e o crescimento econômico. Da mesma forma, embora a inteligência artificial gere preocupações iniciais, é possível que ela siga um caminho semelhante de compreensão e adoção, proporcionando insights precisos, automatizando tarefas rotineiras e permitindo que os profissionais se concentrem em atividades de maior valor agregado no mercado financeiro.