Todos procuramos a próxima grande novidade e uma variedade de setores e oportunidades de investimento estão revolucionando o cenário fiscal. A primeira da nossa série de análises das tendências financeiras na nova economia foca no investimento Ambiental, Social e de Governança, observando para onde ele caminha e sua eventual viabilidade.
Aqui e Agora nº 1: ESG
À medida que o mundo muda, também mudam os negócios e os investimentos. Um relatório recente do BNP Paribas, que conversou com mais de 1.000 indivíduos de alto poder aquisitivo em 19 países diferentes para descobrir seus interesses em matéria de investimento, teve um retorno esclarecedor. A ação relacionada à mudança climática se destaca como meta de investimento sustentável mais importante, considerada a preocupação número um para um terço dos entrevistados, logo à frente de trabalho digno e crescimento econômico, e de energia limpa e acessível, em segundo e terceiro lugares.
Essa tendência acompanha as somas de dinheiro cada vez maiores dedicadas a iniciativas sociais e ambientais. O ESG, sigla em inglês para Ambiental, Social e Governança, está entre os setores de investimento que crescem mais rapidamente. O critério ESG é um conjunto de padrões dentro das operações de uma empresa que permite que investidores com consciência social examinem e avaliem um potencial investimento.
Nos últimos dois anos, o mercado de investimento sustentável cresceu 34%, chegando a US$ 30,7 trilhões. Mais de três quartos dos empresários na Europa, Ásia e Estados Unidos afirmam que já estão envolvidos ou estariam interessados em ter um maior envolvimento em investimentos sustentáveis. E, sendo os empreendedores mais jovens os mais preocupados com questões sustentáveis, podemos esperar uma aceleração desse movimento.
Mas qual é realmente a melhor maneira de criar impacto com seu negócio? Fundamentalmente, a resposta a essa pergunta é diferente para cada empreendedor. Um investimento com retorno seguro e ganhos sociais e ambientais consistentes pode atrair um, enquanto um payout financeiramente arriscado de um projeto de mais impacto pode despertar o interesse de outro – ou mesmo um investimento puramente filantrópico talvez faça mais sentido.
Se as ações climáticas são a principal preocupação dos empreendedores, as instituições financeiras terão que se esforçar mais para fornece-los produtos e serviços relevantes. Se os investidores se interessam atualmente por investimentos sustentáveis e impactantes, eles também têm inseguranças quanto à sua viabilidade e retorno sobre o risco. E isso antes de levar em consideração as variações geográficas.
Mudança climática
À nível mundial, 33% dos empresários elegem a ação climática como um dos cinco principais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O tema é importante para todas as gerações, com os Baby Boomers (42%) mais propensos a essa opinião que os Millenials (37%). As ações relacionadas à mudança climática são a prioridade na Europa; nos Estados Unidos, o acesso à energia limpa de custo acessível; e na Ásia, promover o crescimento inclusivo.
A longo prazo
22% dos detentores de investimentos sustentáveis os avaliam como uma parte “muito arriscada” de seu portfólio. 58% acredita que os investimentos sustentáveis demandam o sacrifício do retorno a longo prazo. Essas preocupações da parte dos investidores merecem ser levadas à sério e abordadas de frente.
Mais visibilidade
Melhorar a visibilidade do ESG será central para atrair potenciais investidores na Europa, particularmente na Itália, no Reino Unido, na Bélgica e na Espanha. Porém, nos Estados Unidos, os empreendedores ainda não têm certeza se esses investimentos são “mainstream”: 43% gostaria de ter mais acesso a opções de investimento em ESG e mais informações sobre essas oportunidades.
Brasil e o ESG
O Brasil está em uma posição desejável para se tornar um líder global em finanças sustentáveis. O país ainda tem um longo caminho a percorrer, mas segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), R$ 700 milhões foram investidos em 167 fundos ESG no Brasil no ano passado. E Otávio Damaso, responsável de regulamentação no Banco Central do Brasil, afirma que o investimento verde no Brasil pode chegar a US$ 1,3 trilhão em 2030. Esse é um setor que a Next Auditores está acompanhando de perto.